SINTO...VIVO

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Teu mar em mim...

Passeio no seu corpo nu, desbravando cada espaço por mim desconhecido. Toco seus lábios com meus dedos, me deito em você e sinto seu coração batendo como um tambor....sua respiração ofegante, seu suor em mim salgando minha pele. Deixo-me invadir por esse mar tão selvagem e tão único. Te olho e vejo a liberdade de ser você e me apavoro. E num gemido único, estrelas se fazem presentes iluminando nossos semblantes. Te amo. Tarde demais, você já tinha ido.

domingo, 9 de outubro de 2016

Adeus!

Você sente? Sente minha respiração? Respiro um ar tão tóxico, você pode me salvar? Estou perdido, por favor, me encontre e me abrace tão forte que possa saber que é você. É você não é? Você sente? Estou aqui e você está aí...por favor, se aproxime de mim e ouça o que tenho a dizer...ouviu? Talvez sejam palavras que você não entenda, palavras sem sentido e silenciosas. No silêncio que te passo eu digo que te amo mas não posso ficar ao seu lado. Meu amor, ao seu lado agora sou apenas uma pedra para seu crescimento. Por favor, me perdoe. Eu me afasto...porque te amo e sei que precisa crescer sem mim. Me perdoa, por favor. Sei que amarás de novo e eu também. E sempre estarei ao seu lado, acreditando em você, mas me deixe ir meu amor...preciso e você também. Adeus..adeus..adeus meu amor! Aceite meu silêncio como prova de amor profundo...você aceita?

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Cinza...

Dia cinza, coração diminuído. Fome de algo, sede de algo. Perguntas cortam sua pele. Nua, deitada, sente que as cicatrizes de um passado são marcadas por novas cicatrizes. Dia úmido. Lágrimas inundam sua alma solitária. Acende um cigarro e olha fixamente a brasa. Cinzas caem sobre seu cabelo desarrumado. Seus lábios se abrem como num sussurro, mas sua voz está seca, sem vida. Mais um dia, dia cinza!

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Solidão a dois

Está tão frio, você está me ouvindo? Deite-se mais perto, meu pés estão tão gelados. Você está me ouvindo? Já dormiu? Posso então te abraçar um pouquinho? Acho melhor não, você odeia ser acordado. Já te disse que te amo? Acho que já...bom, você não está mais me ouvindo e acho que nunca me ouviu. Boa noite meu amor.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Noite noite noite

A noite veio e deitou-se em seu corpo....embora fria, aninhou-se com perfeição em sua cama e não a assustou. Seja bem vinda, disse ela, e a noite agora, senhora de tudo, deixou seu véu de estrelas cobrir a pequena menina...

sábado, 9 de agosto de 2014

Vozes...

Estava eu no metrô parada frente a porta totalmente perdida em mim...de repente ouço vozes. Era um casal discutindo a relação. Não conseguia vê-los, eles estavam atrás de mim. Eles tentavam falar baixo, mas claro, os ânimos sempre se exaltam quando tentamos colocar nosso ponto de vista. Ela o cobrava por não ter respondido as mensagens, e ele tentava se defender explicando que havia se atrasado no trabalho. Custava mandar uma mensagem, falou ela quase aos gritos. Ele mais uma vez tentou explicar o porquê se atrasou... Silêncio. O rapaz toma coragem (ou desespero?) e fala: acho que não está dando certo. Eu não aguento mais. Não estou feliz e você também não. Melhor pararmos por aqui. Irritada ela responde: você ainda está falando? Silêncio. Constrangimento. Eu te amo, disse ele, mas não aguento mais, não queria que fosse assim. Olha pra mim, por favor. Silêncio. Suspiro...Estação paulista, diz a gravação. Ah não, pensei, vou ter que descer sem ver os rostos...sim, minha curiosidade maior não era o desfecho mas sim ver os rostos daquelas pessoas. Ver a expressão. Ver os olhares. Infelizmente eles eram só vozes...memórias talvez? Fantasmas? Parece que já vivi isso...ou já ouvi isso. Histórias tão parecidas. Cobranças. Medos. Chantagens. Naquele momento eu estava com eles...compartilhando. Mas ao mesmo tempo ausente...fria. As portas se abriram e eu me misturei a multidão. Me virei lentamente para ver se as vozes sem rostos se materializavam mas se perderam no meio de milhares de rostos. Poderiam ser qualquer um. Mas por um momento só eu as ouvia...e elas eram minhas. Só minhas!

sexta-feira, 23 de maio de 2014


É isso...vácuo...presos pelo amor...pela dor...enlaçados, grudados como carne congelada...sem ar...mas ainda com vida nos tecidos enrijecidos...despidos do medo, do tempo...de si mesmos.